sábado, 24 de dezembro de 2011
Perspectivas acadêmicas.
Hoje vi a notícia sobre a queda de um imposto de importação do etanol brasileiro nos Estados Unidos. Fico pensando no significado desta notícia. Do ponto de vista político, penso no quanto de perda de controle sobre o mercado isto significará para os EUA; já imagino um potencial de expansão da Petrobrás, por exemplo no campo do biodísel. O que essa abertura traz consigo, enfim, de possibilidade de mudança de posicionamento do Brasil no comércio mundial, e que consequências isso poderá ter politicamente?
Ações geram reações em cadeia, não só na física, mas em tudo na vida. Se vai entrar mais etanol nos EUA, posso pensar num aumento de carros ou motores que se alimentem deste combustível, o que leva-se um tempo para construir e não se desfaz do dia para a noite. Há também o fato de que o Etanol tem mais perspectivas de futuro no mundo - sendo uma fonte renovável - ao contrário do petróleo, o que encerra impacto no posicionamento político dos países. Como diz o grande vilão Lex Lutor, em Superman o retorno, "quem domina a tecnologia domina o mundo".
NO fundo, no fundo, o que me preocupa é que Brasil lidará com a proximidade do cumprimento do potencial deste grande país: um País desenvolvido e soberano ou um subserviente? Pensando na educação brasileira e na formação dos jovens, vejo problemas num futuro bem próximo.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
O fim do ano, corrido e letivo.
Quando estamos afinados com o estudo, quando os nossos conteúdos nos acompanham ao longo do ano, não faz sentido pensar: será que passei de ano? Assim como não faz sentido se espantar com um gol numa partida, quando a assistimos desde o início. Dúvidas só cabem em quem não entrou no lugar de aluno e fica oscilando entre o turismo e o mundo da lua.
Não, não estou querendo ser desagradável nem defender os CDFs, até porque eu sei muito bem que a vida continua enquanto o ano letivo corre, e como humanos às vezes é difícil aguentar a nossa própria vida. Também não é crime ter uns dias de distração ou dispersão ao longo do ano. No entanto, nos definimos pelo que rotineiramente somos e fazemos. E isso é, penso, uma construção cotidiana, mesmo para aqueles que parecem ter nascido com livros nas mãozinhas.
No meio da graduação tive problemas sérios, que ameaçaram a continuidade dos meus estudos. Imponderável. No entanto, estou pensando, entre outras coisas, nas necessidades do mundo atual, no mercado de trabalho também, mas vejo um mundo plenamente sem estabilidade, em transformação, em mudança de paradigmas, inclusive no que tange às relações interpessoais. Um mundo, enfim, necessitado de seres humanos pensando neste mundo, neste momento histórico e cultural, à luz do caminho que percorremos até aqui.
Num momento diferente para o Brasil, internamente e com nova postura diante das outras nações, com metas um tanto ousadas, no que tange à formação de Mestres e Doutores, só para ficar num passageiro exemplo.Como nos comportaremos, enfim, num mundo que, em crise capitalista, busca soluções na precarização da condição dos trabalhadores pelo mundo afora? Qual será a nossa contribuição?
fim de ano é tempo de planejar o ano seguinte.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Pensando a sociedade, vivendo em sociedade.
Estava assistindo a um telejornal, hoje pela manhã, e alguém falava sobre esse vazamento de Petróleo na bacia de Campos/ Rio de Janeiro, em exploração sob "responsabilidade" da empresa CHEVRON e uma informação chamou minha atenção, sobretudo porque comecei este blog como um espaço para pensar escrevendo a relação formação e sociedade.
Parece que o vazamento foi originado por erros de cálculo iniciais, especificamente da pressão da vazão juntamente com a capacidade de resistência do terreno em torno do poço. Daí foram se enfileirando como dominós uma série de erros, cujas consequências - sem falar do visual da mancha - ainda nem começamos a ver. É claro que nada nesse caso é simples, mas o que me interessa particularmente é a responsabilidade que a nossa formação profissional nos impõe.
Alguém poderia pensar que estou dizendo que o acidente é falha humana. Não, até porque trabalhei nos últimos cinco anos numa empresa que, como forma de economizar nas despesas, contrata pessoal não qualificado e mal remunerado para a realização das tarefas, bem como apressa os processos, colocando-se em risco diariamente. Em parte é por esta razão que aproveitei a primeira oportunidade que apareceu para sair de lá. Eu sei que não ceder ao patrão põe meu emprego em risco, e ceder trará como retorno problemas, mais tarde, que me serão atirados na face como incompetência somente minha. Os empregados, que é isso o que somos neste sistema - E NÃO COLABORADORES - estão sempre entre a cruz e a caldeirinha.
Por outro lado, independente da profissão, um diploma atesta uma determinada formação, e quando o ostentamos estamos assumindo termos determinados conhecimentos. Nesse quesito é que penso quando afirmo, e tenho afirmado muito isso, que tem-se buscado os diplomas, em detrimento do conhecimento. Ser formado deveria significar ter me esforçado para estudar e aprendido uma determinada quantidade de conteúdos, não simplesmente ter passado tanto tempo ou tantos períodos num banco escolar. Falo de compromisso.
Embora vivamos numa sociedade capitalista, onde boa parte da humanidade vende sua força de trabalho para ser assalariada e sobreviver, não estou falando de compromisso com a empresa, o patrão, a produção; estou falando de compromisso com nossa realização e com o próximo.
sábado, 19 de novembro de 2011
Na graduação.
PINTURA DE SALVADOR DALI.
Quando digo que a turma faz diferença, e aqui também entra a contribuição de cada estudante para aqualidade de cada aula, em particular, e do curso em geral, penso em coisas como o compromisso de cada um com as leituras e exercícios propostos, com o aprendizado, ao contrário da busca por um diploma como mola propulsora principal. é claro que, no curriculum, o curso concluído é o que aparecerá, mas quando a qualidade dos candidatos vai diminuindo, o mercado de trabalho fica exigindo níveis mais elevados de formação.
Pensando em professores que tive, como o Claudius, vejo o esforço enorme que é necessário para lecionar neste país, onde cada vez mais as pessoas estão procurando um atalho para uma boa colocação, em oposição a estarem buscando a própria formação. Tive diversos colegas que, é claro, não nomearei, que simplesmente pegavam resumos das obras que deveriamos ler ou trabalhos prontos de determinadas disciplinas na internet, por não quererem "perder tempo" tentando ler José Saramago, Kafka, Rubem Fonseca ou Camões. Então, às vezes nós tínhamos um mestre diante de nós e meia dúzia sabendo usufruir disto.
Jorge de Sena, meu autor de estudo, o homem da minha vida no momento, tem um poema que se inicia assim: "Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso." Essa é uma questão que não me sai do pensamento pois, além de eu ter posto filhos no mundo, dos quais tenho de dar conta, convivo com filhos dos outros. Vários filhos construindo um mundo e o que estamos fazendo?
O que poderá resultar dum país quando muitos dos que cursam a graduação ou levam seus filhos a fazê-lo esperam, simplesmente, um diploma? E a evolução do ser humano, e a construção de um mundo mais justo onde possamos ser felizes? Quem hoje pensa nisso?
Quando digo que a turma faz diferença, e aqui também entra a contribuição de cada estudante para aqualidade de cada aula, em particular, e do curso em geral, penso em coisas como o compromisso de cada um com as leituras e exercícios propostos, com o aprendizado, ao contrário da busca por um diploma como mola propulsora principal. é claro que, no curriculum, o curso concluído é o que aparecerá, mas quando a qualidade dos candidatos vai diminuindo, o mercado de trabalho fica exigindo níveis mais elevados de formação.
Pensando em professores que tive, como o Claudius, vejo o esforço enorme que é necessário para lecionar neste país, onde cada vez mais as pessoas estão procurando um atalho para uma boa colocação, em oposição a estarem buscando a própria formação. Tive diversos colegas que, é claro, não nomearei, que simplesmente pegavam resumos das obras que deveriamos ler ou trabalhos prontos de determinadas disciplinas na internet, por não quererem "perder tempo" tentando ler José Saramago, Kafka, Rubem Fonseca ou Camões. Então, às vezes nós tínhamos um mestre diante de nós e meia dúzia sabendo usufruir disto.
Jorge de Sena, meu autor de estudo, o homem da minha vida no momento, tem um poema que se inicia assim: "Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso." Essa é uma questão que não me sai do pensamento pois, além de eu ter posto filhos no mundo, dos quais tenho de dar conta, convivo com filhos dos outros. Vários filhos construindo um mundo e o que estamos fazendo?
O que poderá resultar dum país quando muitos dos que cursam a graduação ou levam seus filhos a fazê-lo esperam, simplesmente, um diploma? E a evolução do ser humano, e a construção de um mundo mais justo onde possamos ser felizes? Quem hoje pensa nisso?
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Foram 5 vestibulares.
Em março deste ano, aos 38 anos de idade, comecei meu Mestrado em Literatura Portuguesa na UFF. Meu orientador é um pesquisador incansável e poeta, Luis Maffei. Mas, quem pensa que estar no mestrado nesta idade significa que me graduei na idade "certa", ou seja, logo após ter feito o Ensino Médio - que no meu tempo chamava-se segundo grau - se enganou.
Aos 20 anos tive meu primeiro filho, aos 24 minha menina e aos 30 meu caçula. Aos 28 fiz minha casinha e em 2001 - subitamente desempregada, fiz bicos, desde o esmerilhamento de sardinhas em fábricas aqui de São Gonçalo, passando pela costura em fábricas ilegais até ser garçonete num Country Club. Até que, em 2005, fiz o ENEM e consegui uma bolsa do PRO UNI e entrei para a Universidade. Fiz letras na Estácio de Sá entre fev.2006 e dez.2008. Em 2009 fiz uma especialização na Estácio e em 2010 uma na UERJ. Em 2011, Mestrado.
Mas, voltemos ao começo deste caminho acadêmico, que é o que me interessa hoje.
Eu havia concluído o segundo grau em 1990, e devido a tão grande afastamento, procurei um Pré-vestibular comunitário para estudar, em 2003. Já vinha fazendo vestibular para a UERJ desde 2000, sem sucesso. Hoje leciono num pré comunitário que há dentro da UFF porque sinto-me na obrigação de retribuir parte da minha formação, dar um retorno para a sociedade, considerando que a minha graduação foi possível porque o governo investiu em mim, portanto, os impostos pagos por toda a sociedade. MInha formação não é somente um instrumento para eu obter o meu sustento, mas é preciso que esteja a serviço da coletividade.
Estando numa universidade privada, eu planejava formar-me no tempo mínimo, que, no caso do curso de letras da Estácio, seriam 3 anos, pois acreditava na plena falta de qualidade deste tipo de instituição. À exceção da PUC, via as particulares como "escolões" ou "segundo grau melhorado". Olhando de perto, não mudei muito de opinião. Mas, tive boas surpresas com o corpo docente da Estácio, composto por Professores do Kilate do Dr. Claudius Waddington, formado pela UFRJ; Carlos Stowasser e Dr. Accacio de Freitas, formado pela UERJ, entre muitos outros. E aprendi outra coisa: a composição da turma faz muuuuita diferença.
Quando me candidatei a uma bolsa do Pro-Uni, escolhi entre as várias sedes da Estácio, a sede (que é o campus mais antigo daquela instituição), por acreditar que estariam concentrados professores e alunos de um nível de formação mais elevado, bem como pela biblioteca, que é muito completa. Foi uma ótima escolha essa minha.
Aos 20 anos tive meu primeiro filho, aos 24 minha menina e aos 30 meu caçula. Aos 28 fiz minha casinha e em 2001 - subitamente desempregada, fiz bicos, desde o esmerilhamento de sardinhas em fábricas aqui de São Gonçalo, passando pela costura em fábricas ilegais até ser garçonete num Country Club. Até que, em 2005, fiz o ENEM e consegui uma bolsa do PRO UNI e entrei para a Universidade. Fiz letras na Estácio de Sá entre fev.2006 e dez.2008. Em 2009 fiz uma especialização na Estácio e em 2010 uma na UERJ. Em 2011, Mestrado.
Mas, voltemos ao começo deste caminho acadêmico, que é o que me interessa hoje.
Eu havia concluído o segundo grau em 1990, e devido a tão grande afastamento, procurei um Pré-vestibular comunitário para estudar, em 2003. Já vinha fazendo vestibular para a UERJ desde 2000, sem sucesso. Hoje leciono num pré comunitário que há dentro da UFF porque sinto-me na obrigação de retribuir parte da minha formação, dar um retorno para a sociedade, considerando que a minha graduação foi possível porque o governo investiu em mim, portanto, os impostos pagos por toda a sociedade. MInha formação não é somente um instrumento para eu obter o meu sustento, mas é preciso que esteja a serviço da coletividade.
Estando numa universidade privada, eu planejava formar-me no tempo mínimo, que, no caso do curso de letras da Estácio, seriam 3 anos, pois acreditava na plena falta de qualidade deste tipo de instituição. À exceção da PUC, via as particulares como "escolões" ou "segundo grau melhorado". Olhando de perto, não mudei muito de opinião. Mas, tive boas surpresas com o corpo docente da Estácio, composto por Professores do Kilate do Dr. Claudius Waddington, formado pela UFRJ; Carlos Stowasser e Dr. Accacio de Freitas, formado pela UERJ, entre muitos outros. E aprendi outra coisa: a composição da turma faz muuuuita diferença.
Quando me candidatei a uma bolsa do Pro-Uni, escolhi entre as várias sedes da Estácio, a sede (que é o campus mais antigo daquela instituição), por acreditar que estariam concentrados professores e alunos de um nível de formação mais elevado, bem como pela biblioteca, que é muito completa. Foi uma ótima escolha essa minha.
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