sábado, 19 de novembro de 2011

Na graduação.

PINTURA DE SALVADOR DALI.
Quando digo que a turma faz diferença, e aqui também entra a contribuição de cada estudante para aqualidade de cada aula, em particular, e do curso em geral, penso em coisas como o compromisso de cada um com as leituras e exercícios propostos, com o aprendizado, ao contrário da busca por um diploma como mola propulsora principal. é claro que, no curriculum, o curso concluído é o que aparecerá, mas quando a qualidade dos candidatos vai diminuindo, o mercado de trabalho fica exigindo níveis mais elevados de formação.

Pensando em professores que tive, como o Claudius, vejo o esforço enorme que é necessário para lecionar neste país, onde cada vez mais as pessoas estão procurando um atalho para uma boa colocação, em oposição a estarem buscando a própria formação. Tive diversos colegas que, é claro, não nomearei, que simplesmente pegavam resumos das obras que deveriamos ler ou trabalhos prontos de determinadas disciplinas na internet, por não quererem "perder tempo" tentando ler José Saramago, Kafka, Rubem Fonseca ou Camões. Então, às vezes nós tínhamos um mestre diante de nós e meia dúzia sabendo usufruir disto.

Jorge de Sena, meu autor de estudo, o homem da minha vida no momento, tem um poema que se inicia assim: "Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso." Essa é uma questão que não me sai do pensamento pois, além de eu ter posto filhos no mundo, dos quais tenho de dar conta, convivo com filhos dos outros. Vários filhos construindo um mundo e o que estamos fazendo?

O que poderá resultar dum país quando muitos dos que cursam a graduação ou levam seus filhos a fazê-lo esperam, simplesmente, um diploma? E a evolução do ser humano, e a construção de um mundo mais justo onde possamos ser felizes? Quem hoje pensa nisso?

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