quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Foram 5 vestibulares.

Em março deste ano, aos 38 anos de idade, comecei meu Mestrado em Literatura Portuguesa na UFF. Meu orientador é um pesquisador incansável e poeta, Luis Maffei. Mas, quem pensa que estar no mestrado nesta idade significa que me graduei na idade "certa", ou seja, logo após ter feito o Ensino Médio - que no meu tempo chamava-se segundo grau - se enganou.

Aos 20 anos tive meu primeiro filho, aos 24 minha menina e aos 30 meu caçula. Aos 28 fiz minha casinha e em 2001 - subitamente desempregada, fiz bicos, desde o esmerilhamento de sardinhas em fábricas aqui de São Gonçalo, passando pela costura em fábricas ilegais até ser garçonete num Country Club. Até que, em 2005, fiz o ENEM e consegui uma bolsa do PRO UNI e entrei para a Universidade. Fiz letras na Estácio de Sá entre fev.2006 e dez.2008. Em 2009 fiz uma especialização na Estácio e em 2010 uma na UERJ. Em 2011, Mestrado.

Mas, voltemos ao começo deste caminho acadêmico, que é o que me interessa hoje.
Eu havia concluído o segundo grau em 1990, e devido a tão grande afastamento, procurei um Pré-vestibular comunitário para estudar, em 2003. Já vinha fazendo vestibular para a UERJ desde 2000, sem sucesso. Hoje leciono num pré comunitário que há dentro da UFF porque sinto-me na obrigação de retribuir parte da minha formação, dar um retorno para a sociedade, considerando que a minha graduação foi possível porque o governo investiu em mim, portanto, os impostos pagos por toda a sociedade. MInha formação não é somente um instrumento para eu obter o meu sustento, mas é preciso que esteja a serviço da coletividade.

Estando numa universidade privada, eu planejava formar-me no tempo mínimo, que, no caso do curso de letras da Estácio, seriam 3 anos, pois acreditava na plena falta de qualidade deste tipo de instituição. À exceção da PUC, via as particulares como "escolões" ou "segundo grau melhorado". Olhando de perto, não mudei muito de opinião. Mas, tive boas surpresas com o corpo docente da Estácio, composto por Professores do Kilate do Dr. Claudius Waddington, formado pela UFRJ; Carlos Stowasser e Dr. Accacio de Freitas, formado pela UERJ, entre muitos outros. E aprendi outra coisa: a composição da turma faz muuuuita diferença.

Quando me candidatei a uma bolsa do Pro-Uni, escolhi entre as várias sedes da Estácio, a sede (que é o campus mais antigo daquela instituição), por acreditar que estariam concentrados professores e alunos de um nível de formação mais elevado, bem como pela biblioteca, que é muito completa. Foi uma ótima escolha essa minha.

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